18 de julho de 2007

3. Dia do amigo issue

- Retirado do blog do medina.

Diz um conhecido provérbio que “o maior tesouro da vida é a amizade”, e não é difícil encontrar quem concorde com a afirmação. Porque, mesmo que você tenha muito poucos predicados, deve haver alguém, uma pessoa que seja, capaz de compreender, perdoar e até achar graça nos seus defeitos. Amigos, por vezes, tornam-se mais relevantes em nossas vidas do que certos parentes, e justo isso é o bonito da amizade; o fato dela ser uma escolha, e não uma imposição.

Outro provérbio diz que “se conselho fosse bom não se dava, vendia”, e é através dele que podemos medir a importância, a coragem –e porque não dizer- a nobreza de um personagem que se encontra um degrau acima dos melhores amigos. Um posto raro dentro da hierarquia das relações de afeto, a ponto de ser provável que você nunca tenha conhecido um genuíno... amigão.

Cabe aqui fazer uma distinção; amigo é amigo, amigão é amigão. Entenda que o amigão não é apenas um grande amigo, é muito mais do que isso. Amigos do peito se faz aos montes, um em cada esquina. Amigão é um só, e olhe lá. Ainda não cheguei à conclusão se o sujeito nasce amigão, tipo, uma vocação adormecida, ou se essa é uma aptidão que se desenvolve ao longo do tempo, ou mesmo de acordo com a necessidade. Mas o que importa nesse caso é reconhecer que a sina desse clã consiste em transpor o perímetro de segurança das amenidades sociais, vencer o medo da rejeição, e mostrar seu valor justamente nos momentos mais delicados:

Almoço de confraternização da empresa. Você caminha em direção a mesa da diretoria para interá-los dos desafios superados por seu departamento naquele semestre. Aproveita o ensejo para requisitar aquele aumento prometido durante o amigo-oculto do ano anterior. Entretido com a tarefa de abordar o assunto sem causar nenhum constrangimento, você nem imagina que uma lasca de couve-mineira emoldura seu sorriso.

De repente alguém puxa seu braço por trás e coloca um fio-dental na palma de sua mão, recomendando que você altere sua trajetória e inclua uma escala no banheiro antes da visita à mesa da chefia. Depois de escapar por um triz do papel de bobo e do risco de rebaixamento de cargo, tendo o aumento assegurado, você se pergunta por que demoraram quarenta minutos para avisá-lo sobre a gafe. A resposta é simples; porque ser amigão é tarefa para muito poucos. É fazer pelo próximo o que gostaria que fizessem por você. Outro exemplo:

Final dos anos 90, o grunge não é mais o mesmo depois da morte de Kurt Cobain. Você não é mais o mesmo depois dos últimos oito anos em que deixou as madeixas crescerem. A adolescência ficou para trás e agora, os compromissos da vida adulta sugerem uma adaptação de estilo, você decide cortar o cabelo. Na cadeira do barbeiro, ao ver a própria imagem refletida no espelho, é quase impossível não lembrar dos anos de dedicação e do montante investido em cosméticos. A opção por um corte menos radical, um meio termo, acaba vencendo.

A notícia do novo visual se espalha entre os amigos e todos anseiam por sua primeira aparição pública. Você mantém o suspense e espera pela ocasião certa, a festa de aniversário daquela sua amiga/paixão platônica. A data não poderia ser mais apropriada, inclusive porque ela sempre foi uma grande incentivadora dos cabelos mais curtos. Você não se contentará com nada menos do que uma oportunidade para declarar seus sentimentos, aproveitando o impacto positivo que sua nova aparência irá causar. Ao chegar à portaria do prédio, você encontra um colega de faculdade subindo com um saco de gelo. Ele “congela” ao cumprimentá-lo, e antes que você possa dizer alguma coisa, o amigão se revela no exato momento em que pousa a mão sobre seu ombro e diz:

- Raspa. Você está parecendo a Glória Pires.

Assim, a partir de uma palavra, você se da conta de que sua referência de auto-imagem é considerada ridícula pelos demais. A festa foi perdida, mas o lado positivo é que você ganhou alguém em quem pode confiar.

Porque esse vai ser o cara que vai avisar que você está com mau-hálito, que sua namorada é safada, que o mecânico te cobrou por uma peça que não existe no seu carro, que sua blusa preferida te faz pagar “peitinho”, que determinado modelo de óculos escuros não fica bem em você pois seu nariz parece uma quilha de barco...enfim, isso sim é a amizade em seu estágio mais avançado.

Com um pouco de atenção –basta ligar a tv ou folhear certas revistas- é possível observar a falta latente que faz um amigão para certas celebridades. Onde estava Erasmo Carlos nos últimos trinta e cinco anos para não obrigar Roberto Carlos a mudar de cabeleireiro? Que espécie de irmão é Luciano para permitir que Zezé di Camargo use aquelas calças de couro apertadas? Falando em roupa, pelo amor de Deus, quem é a figurinista de Joelma, da banda Calypso? E cadê a amigona da ex-BBB Íris Stefanelli para avisá-la que acabaram seus quinze minutos de fama?

Para encerrar, proponho uma reflexão: olhe para o lado e repare se não existe alguém precisando de uma luz, de um sábio conselho, daquela palavra de sinceridade. Não perca a chance de ser generoso, não se deixe abater pelo medo. Quem sabe hoje não é dia de descobrir sua vocação para ser o amigão de alguém? Ou mesmo perceber que era você quem estava desesperadamente precisando de um...

6 de julho de 2007

2. Você passa ao lado de um ônibus cheio de crianças precoces.



Eram aproximadamente 18:40 quando eu resolvo ir pra casa depois de mais um dia de trabalho. Andei por volta de 15 minutos e cheguei no ponto de ônibus que já estava razoavelmente cheio. Por volta de 20 minutos depois, o ônibus chegou vazio, apenas com umas 10 pessoas. Resolvi sentar atras de uma menina muito bonitinha que aparentava ter uns 19 anos. Botei o mp3 player pra tocar e fui escutando uma musiquinha equanto tentava tirar um cochilo. Quando o ônibus estava perto do maracanã em um engarrafamento, eu reparei que tinha um ônibus de excursao ao lado, com algumas crianças de aparentemente 12 anos mandando tchau e alguns sinais para a tal menininha bonita que tava sentada na minha frente. Eis que de repente aparece uma criança ao lado das demais crianças, só que essa criança não era uma criança normal, era o filho da capeta. O mlk manda um beijo, manda tchau e começa a fazer STRIP TEASE na janela do onibus. IMAGINEM A CENA, uma criança de 12 anos fazendo strip tease na janela do ônibus. A guria do ônibus não sabia se ria ou chorava... ela estava praticamente em torpor. Bom, eu também nao tive reação, até achei que eu tava sonhando. Depois de uns 3 minutos de exibição do pestinha, alguma professora ou "tia" -como eles devem chamar-, puxou a peste e fechou a cortina do ônibus. Depois do bizarro episódio eu até desisti de tentar tirar um cochilo e tentei imaginar o que se passava na cabeça pertubada e na casa da criança tarada. Agora eu entendo pq o Brasil é o pais que as pessoas perdem a virgindade mais cedo.
-------------
Ta afim de ver um show legal ? Confira abaixo as atrações que teremos em breve.




2 de julho de 2007

1. Você vai para uma festa cinza.

Primeiramente tenho que descrever o que significa o termo cinza, então lá vou eu tentar explicar esse maléfico termo criado pelo pseudo-indie Manso.


O ser humano, desde os tempos mais primórdios, se separa por grupos com o qual tem mais afinidades. O problema, é que alguns seres não sabem ainda a qual grupo eles pertencem, assim, se misturando entre todos os grupos, mas no final das contas o grupo desses seres é o grupo dos cinzas. Aquela pessoa que não fede nem cheira pros demais grupos, está lá apenas para preencher uma vaga ou entreter um grupo por um momento. Ele não é preto nem branco, é CINZA.
Quer saber se você conhece um cinza ?! Pergunte pra pessoa de que tipo de música ela gosta. Se ela disser que é eclético, ela é cinza.
Pronto, acho que deu para entender.(ou deu sem entender mesmo?)

----------------------

Eu tava deitado na minha confortável cama assistindo Exorcismo de Emily Rose quando o cover me liga e diz que não tem nada de bom para fazer. Para não panguar em casa, iríamos para a festa junina do intelectus e que já tinha nego conhecido lá dentro e tudo mais. Pensei comigo "Já sei que não vou filar nenhuma boca rosada, então por pior que a festa esteja, vou tomar meu vinho vagabundo e dançar um forro". Ok, tomei um banho, me arrumei e fui-me para a suposta festa junina. Chegando na entrada esbarrei com umas pessoas me olhando de cabo-a-rabo como se eu fosse de outro mundo ou tivesse invadindo alguma espécie de território contestado. Depois de 5 minutos eu descobri pq tinham me olhado maneira estranha... eu não estava uniformizado. O uniforme dos homens era uma bermuda com o nome da marca bem explícito, um tenis reef ou tão caro quanto e uma camisa unicolor escrito Volcom ou marcas desse tipo. Porra! O cover não tinha me avisado sobre esse uniforme. Eu fui de calça azul escuro quase preta, um all star branco, uma camisa verde escura e um casaco preto. Eu tava totalmente fora da moda local. Depois de uns 10 minutos tentando procurar o cover ou algum amigo, desisti temporareamente e fui no balcão comprar o meu valioso vinho vagabundo e para a minha surpresa, nao tinha mais vinho. Começou a tocar forró e chamei 3 ou 4 meninas que beiravam os 16 anos para dançar um forrozinho com o papai aqui e me negaram. Após as tentativas frustradas de dançar, eu desisti de dançar forró pelo resto da noite e dei mais uma volta entre as pessoas uniformizadas e achei o cover -que também nao estava uniformizado- rindo com o resto do pessoal. O cover que dança desde que se entende por gente -e sempre faz as pessoas ao redor pararem de dançar para olhar ele dançando- , tava quieto na dele e eu perguntei pq ele nao tava dançando e ele alegou os mesmos motivos que eu. Ótimo, assim eu não seria o único a ficar parado no meio da dance floor. Terminado o forró começa a tocar funk e as meninas que tinham entre 13~16 começam a rebolar. Na mesma hora eu pensei comigo mesmo "Se por ventura eu tiver uma filha, ela vai ser criada com mpb, folk e música clássica". No meio da crianças rebolando surgem 3 pessoas uniformizadas com uns 20 anos fazendo um "passo" em grupo que é mais manjado que vasco vice-campeão. Aquele passo que se encaixa em quase qualquer música. Olhando a cena, lembrei que eu também me sentia o máximo no auge dos meus 15 anos fazendo aqueles passos com meus amigos e todos ao redor olhando. E isso que tava acontecendo, muitas pessoas -inclusive eu- olhando como se fossem "passos" do outro mundo mas não passa de "ir pra frente, voltar, ir pro lado, outro lado, pra frente,...,...". O "dj" falou alguma coisa e ia entrar não sei quem tocando o melhor do House. Bom, eu não gosto desse tipo de música mas é menos pior que funk. Entrou um "dj" e começou a tocar snow patrol -que sempre fez um Indie rock de altíssima qualidade e estava sendo taxado de
House- e no meio do transtorno psicológico que eu estava tendo, eu avisto duas garotas de no máximo 16 anos vestidas iguais a *bisca trancers (no final vou dizer o que é isso)e brincando de malabares. Que eu saiba malabares se usa no circo ou com os palhaços de rave, mas numa FESTA JUNINA eu nunca tinha visto na vida, principalmente quando essa festa junina ta tocando um suposto House. Depois de um set list vergonhoso de um suposto house, o pseudo-dj começa a tocar Trance com uma set list -que até para quem é completamente alienado sobre o Trance, sabe que é uma line porca e cheia de chacota- deplorável, com direito a Skazi e tudo mais. Meia hora depois de escutar a chacota-line up e ver as crianças se sentindo na rave, resolvemos sair de lá e fomos pra casa do Gabi fazer nada e falar coisas idiotas. ->Fim.

Você deve estar se perguntando pq a festa era cinza. A festa era cinza pq tocou de funk à "house". Não tinha como música apenas forró ou música caipira como se espera de uma festa junina.


*****
Micareraver/Biscatrancer Tipinho que surgiu com força no Rio no último ano, o micareraver é o cara que costumava frequentar micareta pra cheirar lança e beijar tantas vagabundas quanto possível. Como as micaretas foram saindo de moda, descobriu o ecstasy, o ácido e o psytrance e passou a ir a todos os eventos de música eletrônica, fazendo caretas absurdas enquanto se contorce e frita. Pelo menos o ecstasy os deixa mais pacíficos... A biscatrancer, como o nome já indica, é a biscate trancer. Veio do mesmo lugar que o maldito do micareraver, mas agora finge que é fina e faz carão. O que ela quer mesmo é arrumar um bombado pra se esfregar. Sempre com alguma peça de roupa rajada, shortinho minúsculo e botas com saltos inacreditáveis, levam um prêmio por conseguir dançar em cima daqueles troços por várias horas seguidas.